Depois de um ano enfrentando essa pandemia com máscara, isolamento social, higienização detalhada com álcool em gel 70% e tratamentos preventivos, nos assustamos ao ouvir e ver que estamos vivendo no momento mais dramático dessa pandeia, com os hospitais abarrotados de doentes à espera de um leito nas UTIs. Se no ano passado não sabíamos o que nos aguardava, agora temos uma ideia precisa do que temos que ainda enfrentar. O isolamento, a falta de um abraço das pessoas, a saudade de uma igreja cheia, a vontade de cantar hinos em conjunto, tudo isso vira combustível para o nosso desânimo e acentua nossos medos.

Como pessoas de fé perguntamos: E Deus? O que ele tem a ver com tudo isso? Que lição se pode tirar dessa pandemia? Em Cl 1.16,17 está escrito que “tudo foi criado por meio dele e para ele”; e “nele tudo subsiste”. Portanto, os mosquitos e os vírus oriundos de alguma espécie de sua criação, tem sua subsistência em Deus. Logo, essa pandemia que foge do controle humano, não está fora do controle do Criador, pois “Deus participa ativamente em tudo o que acontece para o expresso propósito de governar o mundo”.

Cheguei até esse ponto para me apropriar de uma expressão de Lutero que faz sentido: a obra alheia é a obra própria de Deus. Como a Criação se tornou maldita por causa do pecado (Gn 3.17), Deus administra esse mundo sofrido e de morte com sua obra alheia para envolver o pecador em seu amor revelado em Cristo, que é sua obra própria. Desta forma, Deus permite as pessoas chegarem ao desespero em situações assustadoras para que sua autoconfiança seja rompida, a fim de se deixarem envolver por seu convite amoroso em busca de ajuda. “Como obra alheia, a tentação produz nos crentes o desespero da autojustificação; como obra própria, ela produz neles a fé na palavra de Deus e nas promessas do evangelho”.

Ao dar ênfase à obra própria de Deus, o apóstolo Paulo diz: “Decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1 Co 2.2). Se a nossa necessidade de salvação não fosse tão desesperadora, Deus teria tomado providências menos loucas. Mas, na loucura do Cristo “crucificado” Deus, em sua obra própria, nos alcança para, através da fé em seu filho Jesus, recebermos perdão, vida e salvação.

Em meio a obra alheia de Deus temos que suar para sobreviver até voltarmos à terra, da qual fomos feitos (Gn 3.19), fazendo o que está ao nosso alcance para vencer essa pandemia. Que as orientações dadas e os nossos cuidados nos permitam vencer. Mas ali adiante voltaremos ao pó. Deus, em sua obra própria, nos envolve em seu amor e nos quer junto de si, pois a palavra da cruz, que é loucura para os que se perdem, “para nós, que somos salvos, ela é poder de Deus” (1 Co 1.18).

Edgar Lemke

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