Muitos discursos à nossa volta nos pressionam para uma vida de sucesso, prosperidade financeira ou fama. Até é de se estranhar que algumas vezes esse tipo de discurso esteja associado ao povo de Deus. Não me parece ser esse o foco da Bíblia; ela tem muito a nos dizer, antes disso, sobre o caráter.

Uma definição bastante simples, e nem por isso pouco importante, é de que o caráter consiste simultaneamente naquilo que alguém é e faz. Um exemplo bastante claro são os muitos sobrenomes de origem alemã, que relacionam família e ofício (Weber – tecelão, Schuhmacher – sapateiro, Schmidt – ferreiro, assim por diante).

A Bíblia nos revela tanto o caráter de Deus e o caráter do ser humano. A partir de Gênesis vemos que a Palavra de Deus fala e faz. Este princípio aparece por toda a criação, inclusive do ser humano, que é criado bom, pois é criado à imagem de Deus.

A realidade do pecado corrompeu essa imagem. O caráter humano agora é tomado pelo pecado: não é simplesmente dizer que pelo que fazemos de errado é que somos ditos pecadores, mas por sermos pecadores é que cometemos atos pecaminosos – ser e fazer.

Ao longo da narrativa bíblica, é comum vermos o povo se desviando dos caminhos de Deus, reclamando contra Deus. Sempre de novo a natureza pecaminosa dos seres humanos dá as caras e, sempre de novo, Deus reage trazendo o remédio para esse mal. Um exemplo clássico do caráter de Deus é revelado em João 3.17: “porque Deus enviou o seu Filho ao mundo (…) para que o mundo fosse salvo por ele”.

Uma característica interessante nesse relato é que Deus não ama o mundo porque o mundo é amável, muito pelo contrário: nós fazemos parte de um mundo terrível, detestável e abominável por causa do pecado que há em nós. O que Deus quer é salvar o mundo, salvá-lo da condenação do pecado, e faz isso de uma vez por todas ao enviar seu Filho para morrer na cruz da maneira mais vergonhosa, humilhante e indesejável.

Nestes tempos em que vivemos sedentos e famintos da Palavra de Deus somos convidados a olhar para a cruz, nossa única e preciosa fonte de salvação; somos convidados a dar “graças a Deus porque Ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre” (Sl. 107.1)). Na Quaresma Deus convida cada um a olhar além de si próprio e dos seus mais absurdos pecados. Quaresma é tempo de olhar para o caráter de Deus, o caráter do amor, a preciosa e maravilhosa graça de Deus que há em Jesus Cristo a caminho da Cruz.

Fernando Behling
Estagiário da CELC

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