Alain Botton é um filósofo suíço que participou na semana passada do ciclo Fronteiras do Pensamento para falar sobre seu novo e polêmico livro “Religião para Ateus”. Na entrevista que deu à Zero Hora (19/11/2011) esse ateísta “light” disse: “Aqueles de nós que não têm religião nem crenças sobrenaturais ainda precisam de encontros regulares e ritualizados com conceitos como amizade, comunidade, gratidão e transcendência.  Não podemos depender da nossa capacidade de chegar a eles sozinhos. Precisamos de instituições que nos lembrem de que necessitamos deles e que os apresentem em embalagens atraentes”.

Cheguei a pensar que Alain Botton tem muitos simpatizantes até mesmo entre os frequentadores de igreja, particularmente daqueles  que não querem ficar nem muito longe nem muito perto da congregação cristã.  Está assegurada a cerimônia de batismo e a instrução de alguns princípios éticos. Há a possibilidade da formação de um grupo de amizade não tão vulnerável ao “crack”.  Ficam previstos os encontros ritualizados para o casamento e para a despedida final.

Eu penso que se é para ser ateu, tem que ser ateu de verdade e esperar pelo dia em que a pessoa finalmente vai estar livre de Deus no inferno. E se é para ser cristão então tem que ser cristão de verdade, pois “ se a nossa esperança em Cristo se limita a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.19).

Nós somos e queremos sempre ser cristãos de verdade.  Inspiram-nos, nesse tempo de Advento, as palavras do apóstolo Paulo a respeito da grande intervenção de Deus para salvar a humanidade perdida no pecado e na incredulidade: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito 2.11). Como explicou Lutero, uma vida sensata em relação a si mesmo, justa em relação ao próximo e piedosa em relação a Deus.

Uma comunidade cristã, de fato,  oferece amizade, rituais, comunhão e transcendência. Se até para um ateu ela tem valor,  que valor não terá para quem é cristão?

Edgar Lemke

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