Dizem que o pior lugar de todos em um olimpíada é o quarto lugar. Por quê? Porque o atleta chegou tão longe, quase tocou o pódio, quase sentiu o gostinho da medalha, mas acabou voltando para casa de mãos vazias.
Não sei se todos concordam com esse pensamento. Tem gente que diz que o importante mesmo é competir. Eu penso que o simples fato de conseguir índice olímpico para representar seu país já é uma grande conquista.
Por outro lado, o quarto lugar me fez lembrar daquela parábola que Jesus conta em Mateus 22. O rei preparou uma baita festa para seu filho. Convidou umas pessoas, mas estes rejeitaram seu convite. Daí ele mandou convidar um monte de outras pessoas, maus e bons, e a festa ficou animada! Mas no meio da festa o rei encontrou um homem que estava sem veste nupcial e o perguntou: “Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial?” E ele não disse nada. Então, o rei ordenou aos seus servos que amarrassem os pés e as mãos daquele homem e que o lançassem para fora da festa, na escuridão.
Esse homem chegou tão perto, né? Conseguiu índice olímpico. Entrou na festa, mas na hora da decisão, deixou escapar a medalha e amargurou o quarto lugar. Nos tempos antigos, as vestes nupciais eram dadas aos convidados antes da festa. Na parábola, isso é a justiça de Cristo que nós crentes temos por meio da fé em Jesus.
Sabemos que nas olimpíadas da vida, na igreja, o joio cresce junto com o trigo, ou seja, tem gente na festa com e outras sem vestes nupciais. Esta parábola quer nos alertar sobre o perigo do quarto lugar. Afinal, se Cristo realmente conquistou por nós a medalha de ouro, então, somos mais que vencedores (Rm 8.37). Unidos com ele e os irmãos em sua igreja, ouvindo sua palavra e participando do seu santo sacramento, não temos como deixar esse título escorregar das nossas mãos.
Jesus termina esta parábola dizendo: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.”
Onde está sua medalha?
Pastor Otto Neitzel