Cursei História bem no entardecer do Socialismo como ideologia transitória para solucionar as diferenças do mundo e implantar o Comunismo como solução definitiva. Tão logo me formei (1989) os muros de Berlim ruíram e a poderosa União Soviética implodiu. A discussão era muito forte. Ou se era capitalista ou socialista. Não se admitia outra alternativa. Nada disso de “ser capitalista para produzir riquezas e socialista para distribuí-las”.

E não é que essa discussão retornou com muita força nas últimas eleições e está dividindo o País, as escolas, as igrejas e as famílias! Parece-me, porém, que em todo o tempo o foco das discussões poderia ser outro: a ideologia (sistema de ideias) do interesse próprio. Não é isso, por exemplo, que transparece nas intermináveis discussões entre direita e esquerda? A notícia que ilustra essa divisão está no programa Mais Médicos que, com a imposição de novas regras pelo presidente eleito Bolsonaro, fez o governo de Cuba romper o programa e, só no RG, cerca de 2 milhões de pessoas que vivem nas regiões cobertas pelos médicos cubanos ficarão desassistidas. ZH de 15/11/2018 registra: “Diante da intransigência de Cuba, que confirma as motivações ideológicas do programa, o país precisa pensar em alternativas imediatas para evitar descontinuidade no atendimento”.

Essa discussão tem se acentuado também nas escolas, sejam públicas ou particulares, e respingado nos pais que se movimentam a respeito da possível ideologização dos filhos, uma preocupação muito importante. Uma escola sem partido não livra o aluno de alguma ideologia opressiva, mesmo revestida de algum tipo de meritocracia. As ideologias humanas têm as características do ser humano e se prestam para a dominação. As piores são aquelas que não ensinam o aluno a pensar. Elas se prestam para valorizar coisas. E quando se servem coisas em vez de pessoas sempre haverá problemas.

No final de sua carta aos gálatas o apóstolo Paulo usa uma palavra que descreve a ideologia de Cristo: “Porque vocês, irmãos, foram chamados à liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à carne; pelo contrário, sejam servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13). Esta ideologia tem seu foco, não no interesse próprio, mas no fazer o bem aos outros. Afinal Cristo não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de todos. Nós, como seus seguidores, perdoados e redimidos pelo seu sangue, estamos livres para servir, não com base nos próprios interesses, mas com base no amor até mesmo pelo inimigo, seja ele um inimigo político ou religioso. Portanto, precisamos rever nossas ideologias. Não é imenso prejuízo trocar a ideologia de Cristo por qualquer outra que exista ou venha a ser inventada pelo ser humano?

Edgar Lemke

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