Eis um tema sempre atual e instigante para o cristão. Tanto pelo momento sociológico que vivemos quanto pela sua relevância teológica para os cristãos no mundo.

Individualismo é um substantivo masculino, cujos significados vão de “tendência, atitude de quem vive exclusivamente para si; que demonstra pouca ou nenhuma solidariedade; egoísmo, egocentrismo.” E na economia e filosofia, é considerada uma “doutrina moral, econômica ou política que valoriza a autonomia individual na busca da liberdade e satisfação… naturais.”

Nós podemos ver estes aspectos presentes em nossa vida quando, à luz da criação vemos que Deus nos criou como indivíduos. E por outro, indivíduos criados para viver em sociedade. (Gn 1,2). Já, quanto a fé temos que ela é pessoal e intransferível, embora essa fé seja vivida e alimentada no coletivo, na congregação/comunidade. Precisamos estar atentos a isso para não errarmos em nossa conduta social e espiritual;

Sociologicamente vivemos uma polarização política extrema. Isso não é bom. Porque se desejamos liberdades individuais não podemos ignorar que vivemos numa nação. E que se quisermos estar bem em sociedade, todos tem de ceder para que o outro também seja contemplado na sua individualidade (ex.: se todos quiserem ser os primeiros a passar no sinal de trânsito, quem será o primeiro?) A liberdade de ir e vir neste caso precisa conviver com a do outro. Quando isso não acontece, surgem as situações de violência que vão de verbais à vias de fato e morte. Aqui, precisa entrar o Estado para normatizar a vida dos indivíduos em sociedade.

Outro exemplo são as desigualdades sociais presentes na nossa nação. Alguns parecem e vivem como se melhores fossem que os outros. Ignoram-se os mais frágeis. Isso nada mais é que o individualismo no seu sentido pejorativo, mau e excludente. Disto brotam também a corrupção que gera a miséria do outro individuo, que acaba sendo “desumanizado”.

Tal situação não condiz com o ensino bíblico. Pois se a constatação de Jesus de que “pobres sempre os tendes convosco” é real e verdadeira. A origem da pobreza não é boa nem vem de Deus. Mas do pecado que nos ilude a assim vivermos tranquilamente.

Diante disso, cabe séria reflexão em nossa vida e prática da fé. A multiplicação dos pães nos mostra a vontade e os cuidados de Jesus com os mais frágeis. Os discípulos os despediriam vazios. Pedem que Jesus faça isso. Mas Jesus lhes manda que “deem eles mesmos de comer” àquela multidão. De forma individualista, aquele pequeno grupo se perde, e julga que isto é impossível. E que cada um compre o seu alimento… Parece bacana, mas excludente e uma grande falta de fé. Por isso Jesus os manda verem o que tem. Dá graças a Deus que está com eles. Pois sabe que Deus não quer famintos, a não ser famintos de justiça. E para todos.

Quando repartimos o que Deus dá em forma de produção crescente ano a ano, o ser humano, enquanto individuo volta a ter o valor que Deus lhe deu. E a sociedade passa a ser solidária. Este é o individualismo com Deus, que nos torna responsáveis pelo bem do outro individualmente e em sociedade. Por isso a Igreja, grupo de indivíduos, nós cristãos, levamos a Palavra que alimenta para a justiça e transforma. E na medida das possibilidades, alimenta o físico suprindo as necessidades materiais daquele que está ao seu redor.

Então, cuidemos com o individualismo. Ele tem seu valor social e espiritual. Para que não se torne excludente por estar fundamentado em fé falsa. Pois a fé cristã é vivida diante de Deus e do próximo. Diante de Deus pela fé. E diante do próximo(coletivo), em amor.

Abençoada semana a todos.

Pr. José Daniel Steimetz

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