Na atualidade há protestos sociais e políticos em vários lugares: no Líbano, no Iraque, em Hong Kong, no Reino Unido com o tal de Brexit, na França com os coletes amarelos e no Chile. Não só pela proximidade, mas pela forma violenta os protestos do Chile são os que mais chamam à atenção. Repentinamente esse País da América do Sul mais desenvolvido se debate com convulsões sociais que provocam destruição e assassinatos.
O embaixador do Brasil no Chile, Fernando Schmidt, fez uma análise desses fenômenos que ocorrem não só no Chile. Ele disse que há um nível de insatisfação por trás dessa eclosão provocado por um individualismo exacerbado. “Cada vez mais as pessoas não confiam nas instituições intermediárias, seja família, escola, Estado, Judiciário, Congresso. Todas essas instituições são, para o indivíduo, sintomas de opressão. Não é necessariamente algo ideológico. É mais sociológico. Quando uma pessoa fica horas trancada no trânsito, é o urbanismo que fracassou” (ZH, 07/11/2019). Esse individualismo faz cada grupo visar interesses diferentes.
O Embaixador não citou a igreja, mas ela também precisa estar na lista das “instituições intermediárias”. Como o ser humano não foi criado para viver sozinho é preciso resgatar esse aspecto do pertencimento. A igreja, que tem sua base fundada sobre a pessoa de Jesus Cristo, não pode gerar “sintoma de opressão”, pois “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres” (Gálatas 5.1). Ele mesmo ilustrou esta relação de pertencimento entre a cabeça e o corpo (Ef 1.22-23) e, por isso, dizemos que somos membros do corpo de Cristo e a chamamos a Santa Ceia de comunhão.
A congregação cristã é uma instituição que combate o individualismo. Através dela fui batizado, aprendi as verdades fundamentais da fé cristã, sou alimentado com a Palavra e a Santa Ceia. Isto acontece porque pessoas antes de mim se congregaram, oraram o Pai NOSSO e foram fiéis à Palavra. Longe dos irmãos na fé eu me torno cada vez mais individualista e minhas orações serão extremamente egoístas e o Evangelho não chegará às gerações futuras.
Edgar Lemke