Palavras duras. Abandonar denota falta de amor. Matar é resultado de ódio, falta de piedade, ausência de perdão, crueldade. No entanto, são estes os expedientes que o apóstolo Paulo recomenda quando se trata de mortificar os desejos da carne, aqueles pecados inerentes à nossa natureza que essa mesma natureza corrompida gosta e alimenta.

Como alimentamos os pecados da carne? Nós os alimentamos pelos nossos sentidos. Olhamos para coisas que estimulam o pecado. Gostamos de ouvir coisas pecaminosas. Cheiramos, tocamos e provamos coisas que podem levar ao pecado. Também o meditar e o falar sobre coisas pecaminosas ajudam a alimentar o pecado. Pecado e mais pecado! “Quem me livrará destas maldades?” (Rm 7.24) O segredo está em não andar no pecado, mas sim, no Espírito, de modo que o Espírito nos conduza e guie em cada momento da nossa vida. Quando Deus nos outorgou a sua graça não apenas no-la ofereceu como um dom, um favor, uma bênção. Juntamente com a graça nos dá “capacitação”, poder e vontade para exercê-la.

Alguns pecados podem ser abandonados como se abandona um casaco velho. Outros, mais poderosos, precisam ser mortos – todo o dia. É o conselho que Paulo nos dá em sua carta aos colossenses no capítulo 3. No versículo 8 diz “despojai-vos”, largai, abandonai a ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obcena, mentira. Estas são coisas que podemos abandonar. No grego original significa “despir-se de”, com o poder que a graça nos concede. Os pecados mais poderosos nós devemos matar. A prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno, idolatria são alguns. Lutero fala em afogar diariamente o velho homem e fazer surgir o novo homem, o que anda segundo o Espírito. (Cl 3.9,10)

Abandonar e matar o pecado é um processo; não acontece num piscar de olhos. Assim como não devemos alimentar o pecado, devemos alimentar o Espírito – diariamente. Podemos morrer em consequência de uma grave enfermidade, alimentação inadequada. O mesmo vale para o espírito, que precisa ser alimentado. Alimentar o espírito é reconhecer, pela revelação, que estamos crucificados com Cristo e que o nosso velho homem está na cruz. Reconhecer que isto é um fato já realizado, “está consumado” (Jo 19.30). Oferecer nosso eu e corpo à justiça para que a graça reine em nós. “Fomos sepultados com ele (Cristo) na morte pelo batismo, para que, como Cristo ressuscitou dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4).

Frutifiquemos em toda boa obra e cresçamos no pleno conhecimento de Deus (Cl 1.10) a fim de abandonar e matar o que deve ser abandonado e morto, pelo poder de Deus através de sua graça. (Cl 1.11)

Guido Ruben Goerl
Pastor Emérito da IELB

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