No meu tempo de pastor em Pedro Osório, RS, o feriado que mais “bombava” gente na cidade era Finados.  Chegava visitante de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre para homenagear os queridos que tinham partido para a eternidade.  Aqui em Porto Alegre acontece o contrário. Vai gente para todos os lugares a ponto de até a nossa Celebração da Reforma ser antecipada (de 31 para 29/10) por causa do Feriadão.

Como era Wittemberg há 498 anos?  Eu acho que era como Pedro Osório no feriado de Finados. Caso contrário, não teria a repercussão que teve as 95 Teses que Martinho Lutero afixou (na porta ou em algum moral da catedral) para discutir os abusos da Igreja, em especial o comércio das Indulgências que assegurava um lugar no céu a custa de muito dinheiro. Na avaliação do próprio Reformador, “foi como botar fogo no mundo”.  Muita gente, preocupada com o seu pecado e sem consolo para a sua consciência, entrou na discussão proposta por Lutero.

Lutero foi ao centro da questão com sua teologia. Seu ensinamento era basicamente este: “Mediante a fé temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Assim, um cristão “luterano” é aquele que confia inteiramente na graça de Deus em Cristo, sem querer provar com obras meritórias que merece o amor de Deus.

Essa compreensão fez Lutero ver até mesmo a morte de um ângulo diferente. “Se não houvesse morte, o pecado jamais seria destruído. Por isso, com a morte, o pecado é, finalmente, subjugado, e não há outro jeito de a gente se ver livre dele. Deus nos manda esse gracioso e salutar castigo, para que o pecado seja aniquilado pela morte. Em vista disso, deveríamos receber a morte com alegria, e encará-la como vinda de um Pai gracioso – o que os fiéis também fazem. Pois o Pai é tão bondoso que até mesmo a morte serve para matar e erradicar toda a desgraça. Por isso, a morte nada mais é do que graça pura, sim o princípio da vida. Porque, depois que Deus restaurou a alma, a vida corporal e todas as outras coisas – doença, perigo, dificuldades e trabalho – têm de cooperar para o nosso bem, de tal sorte que não se poderia desejar nada melhor. Pois é necessário, antes de mais nada, que Adão morra e se decomponha e, só então, Cristo pode ressurgir em sua plenitude. E isso é iniciado pela vida de arrependimento, e atinge sua plenitude na morte. Por isso, a morte é uma coisa boa para todos aqueles que creem em Cristo. Pois ela nada mais faz do que decompor e pulverizar tudo aquilo que é nascido de Adão, para que Cristo, e tão somente Cristo, habite em nós” (Castelo Forte 83, 18/11).

Edgar Lemke

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